Via Crucis, entre Rio de Vide e o Senhor da Serra
Ecos na Imprensa
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Encenação única em toda a região
Paixão de Cristo ao vivo no Senhor da Serra
(artigo publicado no Diário de Coimbra de 6 de Abril de 2007)
Pela jornalista: Margarida Alvarinhas
Meia centena de jovens actores e figurantes representaram ontem, em Semide, a Via-Sacra. Tratou-se de uma encenação ao vivo da Paixão de Cristo, a única em toda a região Centro.
Pouco faltava para as quatro tarde quando foi feita a primeira acusação a Jesus de Nazaré traído por Judas. Foi o primeiro passo para a crucificação daquele que foi acusado de se auto-proclamar Rei dos Judeus. Aconteceu ontem, junto à escola do 1° ciclo de Rio de Vide, numa encenação ao vivo da Via-Sacra que percorreu uma extensão de quatro quilómetros, entre Rio de Vide e o Santuário do Divino Senhor da Serra, local representando o sítio onde Jesus foi crucificado. Pelo meio, a encenação das 14 estações da Via-Sacra ia dando a conhecer, à multidão presente, a dor e o sofrimento de Jesus durante todo o Calvário.
Na escola primária, Jesus passou por momentos de dor e de medo. Chorou até, junto aos apóstolos, momentos antes dos guardas romanos chegarem e de Judas o ter entregue às autoridades. Seguiu-se a detenção e o início da longa caminhada que o levaria até à crucificação e morte.
Mais à frente, já no meio da povoação de Rio de Vide, foi recriada a primeira estação: Judas tenta falar com o sumo-sacerdote para receber o pagamento prometido pela entrega de Jesus. Arrependeu-se e pouco depois seria encontrado enforcado numa oliveira. Nesta estação acontece também o interrogatório ao "Rei dos Judeus" por Pôncio Pilatos que, lavando as mãos, pergunta à multidão quem prefere que seja salvo: Jesus ou Barrabás? Todos acusaram Jesus, que foi chicoteado pelos guardas e condenado à morte. Tem assim início o Calvário até ao Senhor da Serra e a representação de todas as estações por meia centena de actores e figurantes do grupo de jovens das paróquias de Rio de Vide e Semide. Um dos momentos altos aconteceu no Mosteiro de Semide onde se deu o encontro de Jesus com a sua mãe, «um dos pontos mais sensíveis», como explicou o padre Pedro dos Santos, um dos grandes impulsionadores da iniciativa. Igualmente importante é o fim da caminhada, a chegada ao Senhor da Serra, onde acontece a crucificação e morte do Messias, juntamente com dois ladrões também condenados por Pôncio Pilatos.
Representação "total"
À encenação assistiram várias centenas de populares que, juntamente com os actores e com as Irmandades de Nossa Senhora do Rosário, do Santíssimo e das Almas, fizeram todo o percurso de cerca de quatro quilómetros até ao Senhor da Serra. Tratou-se de uma Via-Sacra ao vivo, onde «não há as tradicionais imagens», como nas procissões que acontecem um pouco por todo o país, mas onde há actores e figurantes, «devidamente trajados de acordo com a época», explicou o padre Pedro dos Santos, um dos grandes impulsionadores desta iniciativa, que se repete há 17 anos nas paróquias de Rio de Vide e Semide. E é a representação ao vivo que faz deste um acontecimento «único em todo o centro do país», disse o pároco, acrescentando que esta é uma representação «total» da Paixão de Cristo. «Há uma preocupação de fidelidade ao tempo e à situação dos acontecimentos de há dois mil anos», garantiu o padre Pedro dos Santos, destacando o empenho de todos os participantes, responsáveis por toda a preparação da iniciativa, «desde a confecção dos trajes à elaboração dos textos».
O pároco não deixa de frisar a importância desta iniciativa, não apenas por ser uma recriação, bem diferente das habituais procissões, mas também por ser uma forma de chamar as pessoas a participar, que «estão cada vez mais a fugir das igrejas e da liturgia religiosa». Por outro lado, acrescentou, o que se vive na Via-Sacra - por exemplo a dor e a justiça (ou falta dela) - sentem-no também as pessoas no seu dia-a-dia. «São problemas naturais dos quais ninguém está isento», disse, para explicar o porquê da Via-Sacra ser «um dos exercícios religiosos mais aceites pelo povo».
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Promovida pelas paróquias de Rio de Vide e Semide
Via-sacra ao vivo até ao Senhor da Serra
Artigo sem assinatura, publicado no dia 6 de Abril de 2007 pelo Diário de Coimbra
As paróquias de Semide e Rio de Vide promovem hoje, a tradicional via-sacra ao vivo, até ao Senhor da Serra, numa extensão de quatro quilómetros.
A reconstituição da Paixão de Cristo tem início junto à escola primária de Rio de Vide, pelas 15:00 horas, com a primeira acusação a Jesus Cristo, traído por Judas, e a condenação à morte por ordem de Pôncio Pilatos.
O trajecto segue depois em direcção ao adro do Convento de Semide, onde acontece um dos momentos mais comoventes deste drama − o encontro com sua mãe.
O calvário termina no largo do Santuário do Divino Senhor da Serra com a crucificação de Jesus, ao lado dos dois ladrões também condenados por Pôncio Pilatos.
A dramatização é reconstituída por cerca de meia centena de jovens «actores» e figurantes das paróquias de Rio de Vide e Semide, que vão vestidos com trajes idênticos aos usados na época, acompanhados pelas Irmandades de Nossa Senhora do Rosário, do Santíssimo e das Almas.
As cerimónias religiosas são presididas pelo padre Pedro dos Santos, pároco das duas freguesias e grande impulsionador da representação, que é única em toda a região centro.
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